Investir em dólar é uma alternativa cada vez mais procurada por brasileiros que desejam proteger o patrimônio, diversificar a carteira ou acessar oportunidades fora do país.
A resposta curta é: sim — é possível. A forma, os custos, os riscos e as obrigações fiscais, porém, variam bastante conforme o caminho escolhido.
Neste artigo explico as principais opções, como operar legalmente e o que considerar antes de tomar uma decisão.
O que significa “investir em dólar”?
Investir em dólar pode ter dois sentidos principais:
- Ter exposição à moeda em si (guardar dólares em espécie ou em conta estrangeira), e
- Ter exposição a ativos cotados ou lastreados em dólar (ações nos EUA, ETFs, títulos em dólar, fundos cambiais, BDRs, stablecoins, etc.).
Cada alternativa tem liquidez, custos e riscos próprios — e nem todos os recursos são enviados para o exterior.
Principais maneiras de investir em dólar (e como funcionam)
1) Investimentos via B3 e corretoras no Brasil
Você pode acessar produtos dolarizados sem sair do Brasil: ETFs que replicam índices estrangeiros, BDRs (certificados que representam ações estrangeiras), fundos multimercado que aplicam no exterior e fundos cambiais.
Esses instrumentos são negociados ou distribuídos por corretoras nacionais e têm vantagem de operar em reais (sem remessa internacional direta). (Fonte: B3/Bora Investir e Estadão)
- Leia mais sobre opções na B3: Bora Investir — Como investir em dólar
- Guia prático sobre formas via B3: Estadão — Como investir no exterior
2) Conta e corretora no exterior (remessa internacional)
Abrir conta em corretora estrangeira e transferir dólares permite comprar ações, ETFs, títulos e depósitos em dólar diretamente.
Ideal para investidores que desejam controle direto do portfólio internacional.
Requer atenção aos custos de remessa, câmbio, taxas da corretora estrangeira e, claro, obrigações tributárias e de declaração no Brasil. (Fonte: Nômade)
3) Fundos cambiais e multimercados brasileiros
Fundos cambiais buscam acompanhar a variação do dólar; fundos multimercados podem fazer parte da carteira no exterior.
São opções sem necessidade de remessa, com gestão profissional. Atenção às taxas de administração. (Fonte: B3/Bora Investir)
4) Contratos futuros de dólar (derivativos)
Negociados na B3, contratos futuros permitem alavancar exposição cambial ou fazer hedge.
São instrumentos sofisticados, indicados para quem entende margem, liquidação e risco de ajuste diário. (Fonte: B3)
5) Stablecoins e criptomoedas lastreadas em dólar
Stablecoins (USDT, USDC etc.) são ativos digitais que buscam manter a paridade com o dólar.
Facilitam transferências e exposição 24 horas por dia, 7 dias por semana, mas não têm garantia governamental dos EUA; há risco ligado ao emissor e à regulação.
No Brasil, as exchanges locais podem intermediar a compra/venda e a tributação segue regras de criptoativos. (Fonte: Mercado Bitcoin e conteúdos especializados)
- Exemplo explicativo: Mercado Bitcoin — Como investir em dólar?
Vantagens de dolar parte da carteira
- Proteção ao risco Brasil: redução do impacto da desvalorização do real.
- Acesso a mais classes de ativos e setores (ex.: tecnologia americana, Treasuries).
- Diversificação geográfica, que pode aumentar o brilho com os ativos brasileiros.
Riscos e custos que você deve considerar
- Risco de câmbio: o dólar pode subir ou cair frente ao real.
- Risco do ativo: ações, ETFs e criptomoedas têm risco de mercado próprio.
- Custódia: spread cambial, corretagem, custódia, taxas de fundos, IOF em remessas/câmbio e eventuais tarifas de bancos/corretoras.
- Tributação e conformidade: obrigações de declaração ativa no exterior e pagar impostos sobre ganhos, quando aplicáveis.
- Regulatórios e de contraparte: no caso de stablecoins, verifique a transparência e o lastro do emissor.
Tributação e declaração — pontos principais
- Ativos negociados na B3 (BDRs, ETFs) Seguintes regras de RI semelhantes a ações/fundos negociados localmente; A alíquota padrão de IR sobre ganhos de capital em ações costuma ser aplicada (consulte seu contador). (Fonte: Estadão/B3)
- Investimentos mantidos no exterior bloqueiam a atenção à declaração de bens e, em alguns casos, ao registro junto ao Banco Central (verifique limites e regras). O jornal Estadão lembra que os brasileiros com patrimônio externo devem observar as critérios da Receita Federal e do Banco Central.
- Criptoativos e stablecoins possuem regras específicas de declaração e tributação; há limites de isenção mensal para criptografia (verifique atualizações e consulte especialistas). (Fonte: Mercado Bitcoin / artigos especializados)
- Importante: as regras fiscais podem mudar — confirme com contador ou consultoria especializada antes de operar.
Referências úteis: B3 — Investimento estrangeiro
Como escolher a melhor opção para você
- Defina objetivo (proteção, diversificação, especulação).
- Determine o horizonte (curto, médio, longo).
- Avalie perfil de risco.
- Compare custos (impostos, spreads, IOF, corretagem).
- Prefira instituições reguladas e com boa confiança.
- Consulte um contador para a parte fiscal e um avaliador de investimentos, se necessário.
Passo a passo prático (resumido)
- Estude as opções (fundos cambiais, BDRs, ETFs, conta internacional, stablecoins).
- Abra contato com corretora confiável (nacional ou internacional).
- Para transferir recursos: verifique taxas de câmbio, IOF e procedimentos de remessa.
- Registrar e declarar investimentos conforme exigido pela Receita Federal e, quando aplicável, pelo Banco Central.
- Monitore a posição e reavalie a alocação periodicamente.
Conclusão
Sim — um brasileiro pode investir em dólar por diferentes caminhos, desde alternativas simples vendidas por corretoras nacionais até estratégias mais sofisticadas com contas internacionais e derivativos.
A escolha depende do seu objetivo, tolerância ao risco e capacidade de lidar com custos e obrigações fiscais.
Antes de começar, informe‑se bem, escolha instituições regulamentadas e, se necessário, procure aconselhamento profissional.


